Por Ruy Cavalcante
Uma das marcas desta geração, e afirmo isso por observação, é a inconstância. Talvez isso se explique pelo fato de nos acostumarmos com um evangelho de facilidades e, quando a realidade bate à porta, desfalecemos.
Talvez seja também conseqüência de uma vida desligada dos padrões de Cristo para segui-lo, pois muitos de nós, seguidores de Cristo, levam suas vidas baseados naquilo que gostamos de fazer, naquilo que nos dá prazer e não nas coisas que agradam a Deus. Como eu sempre digo, Cristo não morreu para que tivéssemos uma vida divertida, mas para que fossemos livres da condenação certa.
Independentemente da razão, a verdade é que somos excessivamente instáveis, bem diferentes do que víamos em nossos “pais da fé”, vejamos, por exemplo, o que Paulo escreveu a respeito de sua própria vida:
“dos judeus cinco vezes recebi quarenta açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha raça, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez. Além dessas coisas exteriores, há o que diariamente pesa sobre mim, o cuidado de todas as igrejas”. (II Co 11:24-28)
Mas o resultado de tudo isso foi bem diferente do que vemos hoje:
“Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”. (II Tm 4:7)
Não obstante tudo o que sofreu, Paulo guardou a fé, manteve-se firme com Cristo, pois estava firmado na rocha e não na areia onde qualquer vento poderia derrubá-lo. Além de Paulo, quantas pessoas no decorrer da história sofreram, foram presas, açoitadas, queimadas sem, contudo, abandonar a fé? Isso sem citar que a maioria delas passou por tudo isso justamente por anunciar e servir a Cristo, e poderiam facilmente se livrar do sofrimento negando-o, mas preferiram a dor corporal à dor de estar sem Jesus.
Hoje, porém, arrisco dizer que até mesmo um “beliscão” seria motivo suficiente para boa parte de nós abandonarmos tudo por causa de “tão grande” ofensa.
Sinceramente, eu não consigo encontrar outra resposta para essa fraqueza e inconstância presente na Igreja que não seja o fato de que muitos de nós, na verdade, ainda não conhecemos o Cristo Verdadeiro. Conhecemos o cristo que morreu para que prosperássemos, para que recebêssemos unções extravagantes e para que tivéssemos liberdade de pular, gritar e espernear, mas ainda não conhecemos o Cristo que morreu para nos libertar da escravidão do pecado, para que nos tornássemos servos dEles e dos irmãos e para que fossemos puros.
Esse Cristo parece ser ainda desconhecido por muitos de nós, o Cristo que transforma vidas, tirando-as da inconstância das coisas terrenas para a fortaleza da vida eterna.
Foi por esse último Cristo que Paulo suportou o sofrimento, foi por Ele que muitos morreram queimados, executados a tiro, apedrejados, pois quando se conhece Jesus O Salvador, o verdadeiro Cristo de Deus, impossível é tornar a abandoná-lo, pois nEle encontramos sustento, paz, amor. A vida está nEle, e por Ele somos capazes de entregar a nossa estadia terrena, por uma vida abundante e eterna.
Busque Jesus, mas procure pelo Jesus da Bíblia, o Jesus Cristo de Deus, não o jesus dos homens que só tem poder para transformar o teu bolso, mas não o teu coração.
Ele te tornará firme...
“para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro” (Ef 4:14)
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