Por Ruy Cavalcante
No curso de Ciências Sociais costumeiramente discutimos sobre estratégias de domínio, utilizadas por governos autoritários, governos estes que muitas vezes evoluem e se tornam totalitários, ditatoriais.
Duas dessas estratégias, talvez as mais comuns e eficazes, são a batalha contra a crítica e o monopólio da educação. Olhando para o passado, em tempos da ditadura militar, talvez fique mais fácil entende-las.
Lembram-se das consequências enfrentadas por aqueles que resolviam criticar o regime militar? Lembram-se de como eram perseguidos, presos, torturados, extraditados e por vezes mortos? Tudo com um único objetivo: calar a critica, não permitindo assim que a massa populacional tivesse contado com pensamentos insurgentes, sejam artísticos, políticos ou filosóficos, ainda que fossem pensamentos justos, pois o que importava era manter a ordem e, com isso, o domínio do povo, conduzindo-o livremente sem maiores percalços.
Da mesma maneira, se considerarmos a educação, havia um controle extremamente rígido. Disciplinas como a filosofia e outras ciências, que buscavam a transformação da mente e a capacidade de argumentação crítica e analítica, foram quase extintas, especialmente no ensino público. Havia também um controle austero do corpo docente e, por conta disso, muitos professores foram também vítimas do regime, perdendo direitos ao magistrado, sendo presos, etc. A ditadura sabia que a educação poderia construir pensamentos revolucionários, contrários ao regime, caso tivesse liberdade e a capacidade de desenvolver cidadãos esclarecidos.
Estas estratégias são bem comuns hoje em dia também, o que trás indícios de que nossa atual conjuntura política não está tão distante assim de um novo regime totalitário.
Porém, estes conceitos não estão presentes apenas nos regimes políticos. Por se tratarem de estratégias eficazes, muitos se utilizam desse expediente, inclusive a igreja. Este artigo é, portanto, mais um alerta que faço aos irmãos, cristãos evangélicos das mais variadas denominações. Fiquem atentos aos sinais.
Se puderem ler e meditar no Evangelho de Cristo, perceberão que Jesus foi um rigoroso crítico do sistema religioso de sua época, ainda que sua principal missão tenha sido morrer por pecadores como nós. Ele criticou constantemente as atitudes contrárias ao ensino bíblico, levadas a cabo pelos fariseus, saduceus e sacerdotes. Criticou não apenas o sistema doutrinário, mas também aqueles que ensinavam o erro e que dissimulavam um falso evangelho, mascarando-o de piedade (ex: Mateus 6; Mateus 23; Lucas 19:46; Marcos 8:33).
E não somente isso, ele também continuamente estudava e ensinava a bíblia, especialmente aos sábados, nas sinagogas, e incentivava que seus discípulos e seguidores fizessem o mesmo (ex: Mateus 13:54; Lucas 4:16). Tudo isso, todas essas atitudes foram repetidas pelos apóstolos, por cada um deles (ex: Atos 17:11; 1 Timóteo 5:20; Tito 1:13). O próprio Pedro foi criticado publicamente por Paulo e este, nem por isso, foi considerado um pecador impuro, a serviço de satanás (Gálatas 2:14).
Fiquem atentos aos líderes que deliberam sobre "leis espirituais" que proíbem a critica, as suas intenções não são justas, pois a critica ao erro foi algo ensinado por Jesus, presente em todo o contexto bíblico. A crítica é, antes de tudo, um ministério profético, desde que considerado sua função. Não se trata de crítica pela crítica, tampouco de julgamentos temerários. Mas da análise de erros com a justa correção, mediante a exclusividade do ensinamento bíblico.
E ainda, cuidado com líderes que extinguem o ensino bíblico puro, tornando o ensino cristão apenas um treinamento de líderes e discípulos, sem aprofundamento doutrinário. Quantas igrejas já não extinguiram a tradicional Escola Bíblica Dominical para dar lugar a encontros de treinamento, ou mesmo para dar lugar a nada! Isso é uma verdadeira desgraça para a Igreja verdadeira, a falta de ensino bíblico resulta em cristãos doentes, incapacitados a perseverarem na fé mediante as intempéries da vida, e sujeitos a todo vento de doutrina que os alcancem.
Como disse, essa estratégia é antiga, utilizada por aqueles que historicamente tentam dominar o povo, não liberta-los. Ora, quem domina a mente do povo, domina o povo. Quem consegue convencer de que é detentor da verdade, se torna dono dela, ainda que não seja de fato verdade, como geralmente não é.
Portanto, reivindique em sua igreja o ensino bíblico contínuo, para todos, desde os primeiros passos da nova vida cristã. Se houver treinamento, que não seja em substituição ao ensino bíblico, mas em adição a ele.
NÃO PERMITA QUE SUA MENTE SEJA DOMINADA por outra coisa que não seja a palavra de Deus, afinal de contas ela, e somente ela, é viva e eficaz para discernir os pensamentos e intenções do coração (Hb 4:12; 2 Timóteo 3:16).
E cuidado com pastores autoritários, dominadores, pois falta pouco para se tornarem totalitários, se é que já não o são.
Deus abençoe a todos.
Duas dessas estratégias, talvez as mais comuns e eficazes, são a batalha contra a crítica e o monopólio da educação. Olhando para o passado, em tempos da ditadura militar, talvez fique mais fácil entende-las.
Lembram-se das consequências enfrentadas por aqueles que resolviam criticar o regime militar? Lembram-se de como eram perseguidos, presos, torturados, extraditados e por vezes mortos? Tudo com um único objetivo: calar a critica, não permitindo assim que a massa populacional tivesse contado com pensamentos insurgentes, sejam artísticos, políticos ou filosóficos, ainda que fossem pensamentos justos, pois o que importava era manter a ordem e, com isso, o domínio do povo, conduzindo-o livremente sem maiores percalços.
Da mesma maneira, se considerarmos a educação, havia um controle extremamente rígido. Disciplinas como a filosofia e outras ciências, que buscavam a transformação da mente e a capacidade de argumentação crítica e analítica, foram quase extintas, especialmente no ensino público. Havia também um controle austero do corpo docente e, por conta disso, muitos professores foram também vítimas do regime, perdendo direitos ao magistrado, sendo presos, etc. A ditadura sabia que a educação poderia construir pensamentos revolucionários, contrários ao regime, caso tivesse liberdade e a capacidade de desenvolver cidadãos esclarecidos.
Estas estratégias são bem comuns hoje em dia também, o que trás indícios de que nossa atual conjuntura política não está tão distante assim de um novo regime totalitário.
Porém, estes conceitos não estão presentes apenas nos regimes políticos. Por se tratarem de estratégias eficazes, muitos se utilizam desse expediente, inclusive a igreja. Este artigo é, portanto, mais um alerta que faço aos irmãos, cristãos evangélicos das mais variadas denominações. Fiquem atentos aos sinais.
Se puderem ler e meditar no Evangelho de Cristo, perceberão que Jesus foi um rigoroso crítico do sistema religioso de sua época, ainda que sua principal missão tenha sido morrer por pecadores como nós. Ele criticou constantemente as atitudes contrárias ao ensino bíblico, levadas a cabo pelos fariseus, saduceus e sacerdotes. Criticou não apenas o sistema doutrinário, mas também aqueles que ensinavam o erro e que dissimulavam um falso evangelho, mascarando-o de piedade (ex: Mateus 6; Mateus 23; Lucas 19:46; Marcos 8:33).
E não somente isso, ele também continuamente estudava e ensinava a bíblia, especialmente aos sábados, nas sinagogas, e incentivava que seus discípulos e seguidores fizessem o mesmo (ex: Mateus 13:54; Lucas 4:16). Tudo isso, todas essas atitudes foram repetidas pelos apóstolos, por cada um deles (ex: Atos 17:11; 1 Timóteo 5:20; Tito 1:13). O próprio Pedro foi criticado publicamente por Paulo e este, nem por isso, foi considerado um pecador impuro, a serviço de satanás (Gálatas 2:14).
Fiquem atentos aos líderes que deliberam sobre "leis espirituais" que proíbem a critica, as suas intenções não são justas, pois a critica ao erro foi algo ensinado por Jesus, presente em todo o contexto bíblico. A crítica é, antes de tudo, um ministério profético, desde que considerado sua função. Não se trata de crítica pela crítica, tampouco de julgamentos temerários. Mas da análise de erros com a justa correção, mediante a exclusividade do ensinamento bíblico.
E ainda, cuidado com líderes que extinguem o ensino bíblico puro, tornando o ensino cristão apenas um treinamento de líderes e discípulos, sem aprofundamento doutrinário. Quantas igrejas já não extinguiram a tradicional Escola Bíblica Dominical para dar lugar a encontros de treinamento, ou mesmo para dar lugar a nada! Isso é uma verdadeira desgraça para a Igreja verdadeira, a falta de ensino bíblico resulta em cristãos doentes, incapacitados a perseverarem na fé mediante as intempéries da vida, e sujeitos a todo vento de doutrina que os alcancem.
Como disse, essa estratégia é antiga, utilizada por aqueles que historicamente tentam dominar o povo, não liberta-los. Ora, quem domina a mente do povo, domina o povo. Quem consegue convencer de que é detentor da verdade, se torna dono dela, ainda que não seja de fato verdade, como geralmente não é.
Portanto, reivindique em sua igreja o ensino bíblico contínuo, para todos, desde os primeiros passos da nova vida cristã. Se houver treinamento, que não seja em substituição ao ensino bíblico, mas em adição a ele.
NÃO PERMITA QUE SUA MENTE SEJA DOMINADA por outra coisa que não seja a palavra de Deus, afinal de contas ela, e somente ela, é viva e eficaz para discernir os pensamentos e intenções do coração (Hb 4:12; 2 Timóteo 3:16).
E cuidado com pastores autoritários, dominadores, pois falta pouco para se tornarem totalitários, se é que já não o são.
Deus abençoe a todos.
1 Comentários
muito bom!! na minha opinião o estado e a religião são irmãos gemêos, com um único objetivo, manipular para dominar.
ResponderExcluirALESANDRO GONDIM
Somente comentários ofensivos serão moderados. Discordar de mim não é pecado, então discorde à vontade.