Por
vezes não entendo a ansiedade que parte da igreja sente ao falar sobre dízimos
e ofertas. Parece que, de uma hora para outra, esta prática se tornou pagã,
imoral ou simplesmente descartável.
Porém,
ao observar como o neopentecostalismo tem tratado e modificado a essência da
contribuição cristã, acabo entendendo o sentimento de aversão que muitos
nutriram contra ela.
A
verdade é que parte da igreja cristã substituiu o cerne dos dízimos e das
ofertas cristãs, ora rebaixando-os a pratica do toma lá da cá, ora
promovendo-os ao cargo de co-redentores.
Há
momentos em que tratam a contribuição como moeda de troca divina. Elas deixam
de ser manifestações de adoração, reconhecimento das bênçãos divinas e socorro
ao necessitado para se tornarem requisitos para que a benção de Deus nos
alcance, e isso é um verdadeiro absurdo!
Ofertas e dízimos possuem outra função, não são condições
para sermos abençoados.
Pensem bem irmãos, a maior de
todas as bênçãos possíveis de recebermos foi-nos entregue quando ainda éramos
pecadores, impuros, ignorantes, rebeldes e não dávamos a mínima para Deus, para
sua justiça e santidade. Foi nesta situação deplorável em que nos encontrávamos
(sem jamais dizimar!) que Deus nos abençoou com tão grande salvação, através do
sacrifício de seu unigênito, nosso amado Jesus Cristo.
Como podemos agora colocar a graça de Deus, que
se baseia unicamente no amor dEle, sob a tutela de uma oferta?
Não, mil vezes não! Deus nos ama independente de nossas
atitudes, o que obviamente não significa que Ele nos salvará se não
renunciarmos o pecado por amor a Ele. Porém, a sua Graça sempre foi, e
continuará sendo, a única razão para que Ele nos abençoe. E isso não é um
direito outorgado somente ao crente, mas a todos os seres humanos, justos e
injustos, pois Ele ama a todos sem distinção.
O
dízimo e a oferta são justamente o contrário disso. São uma forma de agradecer
a Deus, suprindo as necessidades da Igreja, pelo fato de termos sidos
abençoados de antemão, reconhecendo que tudo o que temos e somos só foi
possível por meio dEle. Ou seja, o dízimo vem depois da benção, não antes! E
não temos direito a exigir nada a Deus por causa disso.
Em
contrapartida, há ocasiões em que colocamos o dízimo e a oferta num patamar tão
alto, que os mesmos tornam-se participantes da salvação do homem. Outro absurdo!
Como
podemos achar que a salvação do ser humana é comprada ou mesmo mantida através
de dinheiro? Como podemos defender a tese de que “sem dízimos não há salvação”?
Não
há nada no Evangelho de Jesus Cristo que de a mínima margem para se pensar
isso. A salvação não vem de nós! É fruto da Graça de Deus, não são as nossas
obras que nos garantirão a salvação e sim o amor de Deus!
Não
destrua nem rebaixe a Graça de Deus! Cristo não subiu numa cruz pensando em
dinheiro, Ele pensava em você, ele morreu por você, Ele quer você ao lado dEle
eternamente, não seu bolso.
Não
é Deus quem precisa de seu dizimo e de sua oferta, é a Igreja. E eles devem ser
usados para o sustento dela, não simplesmente do templo, esse tem papel
periférico (ou deveria ter), mas sim das pessoas, dos órfãos, das viúvas, dos
irmãos necessitados. São estes os verdadeiros beneficiados pela sua oferta.
Portanto
este artigo não é um chamado ao encerramento das contribuições, pelo contrário,
é uma convocação à contribuição, livre da opressão e do jugo, por amor, para o
socorro dos que sofrem, pois este é um bom costume a ser seguido pelos servos
de Cristo.
Cuidado
onde você os entrega, você é responsável por isso. Afaste de você o pensamento
de que não importa o que fazem com este dinheiro, pois é justamente isso o que
realmente importa. Dizime, oferte, mas faça isso onde você tenha a certeza de
que serão usados para o que for justo.
É
sua responsabilidade sustentar os irmãos em dificuldade, abençoe-os, deixa que
de você Deus cuide.
“Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem”. (Salmos 127:2)
(OBS. A falta de referências bíblicas
é proposital, minha intenção é fazer você pensar e buscar soluções bíblicas
para o que apresentei no texto, pois acredite, elas existem aos montes. Se
preciso, indicarei algumas de acordo com os comentários e indagações que forem
surgindo)
Fonte da imagem: http://ebvirtual.blogspot.com.br/
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