Por Ruy Cavalcante
O cristão precisa ser justo. Esta é uma afirmação que acredito ser consensual entre todos os evangélicos, mas eu gostaria de acrescentar algo a ela.
O cristão precisa ser justo, e ele inevitavelmente será.
Ser justo não é uma opção para o cristão, é uma realidade presente naquele que nasceu de novo, assim como o é “ser luz”. A afirmação de Jesus em Mateus 5:14-15 não apresenta uma orientação para que o cristão saiba que caminho percorrer, mas uma constatação da essência de um indivíduo regenerado. Ele é luz, e isto não é opcional. Analisemos brevemente o texto:
“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa”. (Mateus 5:14-15)
A declaração é que somos luz. Façamos algumas perguntas ao texto.
Quem nos torna luz? Deus, certo? Entendo que sim, é óbvio. Esta simples compreensão é chave para se interpretar corretamente o texto.
Ora, se é Deus quem nos torna luz, então Ele mesmo é o personagem que não acenderá uma candeia para, em seguida, apaga-la, ou esconde-la onde não possa iluminar. Percebe? O texto, diferente do que muitos ensinam, não está afirmando ser possível que alguém, sendo luz, possa “esconder” ou “apagar” sua luz, antes afirma que “se não há pessoa tola o bastante para acender uma candeia que não ilumine, muito menos Deus faria isso”.
Temos então a afirmação inicial: O cristão precisa ser justo, e ele inevitavelmente será. O cristão é justo, ele é luz.
Entretanto, a justiça que ele ergue como bandeira não é uma justiça comum, ela é a justiça misericordiosa de Deus e obedece a um princípio bem exposto por Cristo também em seu sermão do monte.
Somos iguais e temos o mesmo valor, ou seja, valemos todos muito pouco! Não temos vantagem alguma sobre o outro, nem mesmo sobre descrentes.
Esta é a razão, por exemplo, pela qual devo amar meu inimigo, pois eu não sou muito diferente dele, por mais que eu pense ser alguém bom, eu não passo de um pobre miserável, e a justiça que vem de mim não passa de trapos de imundice (Is 64:6).
Não tenho vantagem alguma sobre meus inimigos, ou sobre um malfeitor qualquer, pois como eles eu também sou capaz das maiores atrocidades, basta tão somente uma motivação para isso.
Ser justo é reconhecer essa igualdade, e assim tratar o outro, independentemente de quem seja, como eu gostaria de ser tratado.
Tratar alguém mal por conta de suas ações, baseando meu tratamento nos méritos dele, é como dizer que devo ser tratado por Deus também baseado em meus méritos, o que seria algo realmente terrível.
Portanto ser justo significa se igualar aos outros e assim ter misericórdia de todos, tanto quanto gostaria de misericórdia para si mesmo. Não basta não furtar, é preciso reconhecer que não sou mais especial do que aquele que furta, uma vez que ambos necessitamos da mesma Graça e misericórdia divina, pois sem elas estamos na iminência de um terrível fim.
Caso você se identifique como cristão, mas não apresenta esta luz e esta justiça, retorne ao início, comece tudo de novo, pois a porta por onde passou era a porta errada.
Caminhemos portanto pelas veredas da justiça, a justiça misericordiosa de Deus, cujo final da linha é apenas o início da jornada, uma jornada eterna de paz.
1 Comentários
Uma Verdade Pra Ser Urgentemente Divulgada: O Verdadeiro Cristianismo Só Será Pregado Quando A Crença Em Dinossauros For Esquecida Pra Sempre.
ResponderExcluirSomente comentários ofensivos serão moderados. Discordar de mim não é pecado, então discorde à vontade.