Não se ame tanto

Por Ruy Cavalcante

Entristece-me o fato de perdemos tanto tempo combatendo falsos ensinos em lugar de ensinar e escrever cada dia mais sobre o Evangelho genuíno de Cristo, sobre o perdão, o arrependimento, a santidade, o juízo de Deus e, de forma especial, o amor. Pior ainda por estarmos batalhando contra heresias surgidas dentro de nossas próprias igrejas. Mas entendo a necessidade crescente de zelarmos pela santa doutrina dos apóstolos, razão pelo qual insistimos em denunciar, cobrar e esclarecer aos leitores tais aberrações doutrinárias, pois temos consciência que tais instruções podem levar centenas de vidas à ruína espiritual, o que já tem acontecido.

Mais do que expor conceitos teológicos, nestas linhas gostaria de externar meu sentimento quanto a tudo isso.

Sinceramente eu não consigo entender como tantas pessoas se deixam conduzir por tais caminhos. A bíblia é tão clara quanto às intenções de Deus para as nossas vidas. De todas as formas ela demonstra a necessidade de o ser humano abrir mão de seus prazeres pessoais pelo bem comum, e da mesma forma é tão distinta a maneira como ela trata a nossa relação com o dinheiro, mostrando que deve ser diferente da relação que os ímpios têm com ele.

O dinheiro serve para ser compartilhado, para que aqueles que têm, possam repartir com os que não têm. O dinheiro dos cristãos não é jamais para ostentação, acúmulo ou auto-satisfação. Obviamente que aquele que alcança riquezas materiais licitamente tem também o direito de ser o primeiro a usufruí-lo, mas o dinheiro deve servir a ele e aos necessitados, não o contrário.

Afinal de contas, dinheiro não é marca de santidade, uma vez que os ímpios também prosperam (ora bolas), e muitas vezes de forma mais honesta que muitos cristãos usurpadores de ofertas, adoradores de mamom.

Mas o dinheiro não é o nosso único problema, pois o egocentrismo o abarca poderosamente no meio cristão. Ninguém aceita mais servir, todos querem ser servidos, todos querem ser conquistadores. Está em voga ultimamente até mesmo a tal da “unção da nobreza”, outra aberração do egocentrismo gospel.

Temos ainda outro câncer maligno, o antropocentrismo. Até mesmo nossos cultos estão centralizados no ser humano. Como já escrevi várias vezes neste blog, nossas músicas cantam promessas, falsas em sua maioria. As pregações falam também de promessas e passos para alcançar vitória. Quase não se fala mais de Cristo e de sua obra, tudo para agradar aos nossos queridos “ouvintes”. Com isso cada dia mais os valores seculares se fazem presentes dentro do corpo de Cristo (ou do que deveria ser o corpo) em detrimento da santidade, do arrependimento e da fé.

Tudo isso por pura falta de amor. Melhor dizendo, excesso de amor, porém não o amor que Deus espera, mas o excesso de amor próprio, de desejo de se dar bem independente da situação por que passam as outras pessoas.

Deveríamos ter amor em excesso sim, é bem verdade, mas por Deus em primeiro lugar, o que nos impediria de barganhar suas bênçãos e de lhe oferecer dinheiro até mesmo pela salvação de nossos parentes, como no vídeo do post anterior.

Outro amor abrasador que nos traria proveito seria aquele direcionado aos nossos irmãos, parentes e mesmo aos desconhecidos, como verdadeiros samaritanos modernos, o que também nos impossibilitaria de criar todo o tipo de falácia com o único objetivo de receber a “semeadura” dos outros, enriquecendo a custa da ignorância (ou da ganância) alheia. Esse amor também nos imporia a obrigação de anunciar incessantemente as Boas Novas da salvação, e não os passos da perdição.

Essa falta de amor será a nossa ruína. Precisamos buscar a cura de nossa cegueira em Cristo, antes que seja tarde. Precisamos retornar ao Evangelho, precisamos amar a Deus e aos nossos irmãos!

Pense nisso.


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