Meu congresso de adoração

Por Ruy Cavalcante

Meus amigos sempre estranham quando, ao me convidarem para algum congresso, seminário ou retiro de adoração, eu prontamente agradeço mas dispenso. Geralmente respondo a seco: Não, obrigado. Ou às vezes brinco: Não, sou evangélico.

A brincadeira sempre parece mais pesada do que eu gostaria, mas por outro lado é também sempre menos brincadeira do que eu desejaria que fosse. Ela se dá pelo seguinte motivo: sendo evangélico, eu preciso e devo seguir a Cristo de acordo com o Evangelho de Cristo, pois é esse o sentido do termo.

Mas o que encontramos nos congressos de adoração hoje em dia?

No último, ocorrido em minha cidade, houve muito toque de shofar (o que eles têm contra o nosso berrante?), supostamente para chamar a “presença de Deus” ou anunciar a sua chegada, espadas e diversas outras simbologias e expressões velhotestamentárias, que em nada refletem o “Evangelho de Cristo” como descrito em nossa Bíblia.

Este texto não é um tratado teológico, longe disso, é apenas o pensamento de alguém que está cansado de tanto misticismo gospel, judaísmo, legalismo e outros tantos “ismos” que interferem em nossa vida cristã deturpando o evangelho, afastando o povo da Palavra de Deus e aproximando-o de doutrinas humanas.

A verdadeira adoração não se prende a manuais, doutrinas e tampouco a rituais místicos. A adoração genuína surge dentro do ser humano, não vem de fora, e nasce como fruto do amor, primeiramente no amor de Deus por nós que, quando no alcança, culmina num amor recíproco de nós pelo Criador.

É justamente desse amor que a adoração se alimenta, não de ritos, expressões externas, músicas ou símbolos. Se meu coração não expressar a minha adoração por Cristo todos os dias, com minhas atitudes para com Deus, seu Reino e suas criaturas em vão louvam meus lábios quando entôo alguma canção, quando desmaio em algum congresso ou quando derramo lágrimas no meio da multidão.

Tudo isso tem sido largamente expresso em nossas canções. Prestem atenção em nossos cultos, em nossos congressos e em nossos “shows gospels”. Quantas músicas expressam em suas letras somente frases de louvor, engrandecimento e honra a Deus? E quantas expressam pedidos de vitória, fogo, chuva, restituição, bênçãos, milagres ou qualquer outra vantagem material e/ou espiritual para nós mesmos?

Qual o sentido de tudo isso? Se não conseguimos adorar a Deus sequer em nossas canções como o faremos em nossas vidas? Se não somos capazes de abrir mão de pedir tudo o que desejamos, durante o momento de louvor e adoração dos cultos, somente para honrar a Deus por alguns minutos como podemos achar que estamos fazendo alguma coisa agradável a Ele?

Temos muitos momentos para pedir tudo o que desejarmos para Deus e, de acordo com sua bondade e sua vontade, Ele responde a cada um. Mas espero que todos nós possamos, o quanto antes, entender o significado e a importância da adoração ao nosso Senhor, e que assim decidamos dedicar um pouco mais de tempo de nossos cultos somente a Ele, em homenagem a Cristo, uma vez que esse é o sentido de “cultuar” alguém, e deixemos nossos desejos materiais, espirituais e físicos para outro momento.

Fonte da imagem: http://www.geracaoeleitasp.com.br/
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4 Comentários

  1. Respondendo sua pergunta feita em meu blog...amado percebi que não prestou ATENÇÃO ao post,no fim do mesmo divulgo a fonte sobre o assunto e como podes ver não são palavras minha e sim de um Pastor Julio do IDA GOSPEL,(http://www.idagospel.com/)publiquei o assunto por concordar com o mesmo.VEJA...
    Li aqui,http://gospelhomeblog.blogspot.com/

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  2. Naum costumo comentar mas.... fico feliz que vc consiga se expressar melhor, mesmo que aqui.... pena que nem todos os de nossa cong. vejam sua explicaçao.

    Milaine Castro

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  3. Fez-me bem passar por aqui.
    Abraço
    Paulo


    PORTUGAL

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  4. mi, não sei se isso foi um elogio ou uma crítica construtiva ehehehehhe. De qualquer forma, obrigado e continue incentivando a leitura não somente desse, mas de toda fonte literária cristã que seja baseada na palavra de Deus...

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