Qual a nossa motivação?

Por Ruy Cavalcante
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Houve um tempo em que o amor por Cristo motivava a conversão do ser humano. Nesse tempo, a transformação era tamanha que muitos, mesmo durante impiedosas perseguições, mantinham-se fiéis a Ele, ainda que suas vidas estivessem em jogo, tudo por causa do amor.

Mas havia uma profecia que dizia: “Naquele tempo o amor de muitos esfriará”. E parece que enfim esse tempo chegou. Talvez isso explique a mudança em nossa postura cristã.

Reconhecendo as exceções, hoje não mais encontramos tantas pessoas ligadas a Cristo somente pelo amor. Nossa relação com Jesus deixou de ser uma relação amorosa para se constituir num mero contrato, assim como os casamentos “moderninhos”. Nossa transformação se resume no seguinte acordo: Eu paro de beber, de fumar e de me prostituir, cumpro toda a minha parte neste pacto, e o Senhor cumpre a sua, me abençoando, me curando e me fazendo viver coisas sobrenaturais...

Esse tipo de “acordo” nos traz paz de espírito, esperança num futuro melhor e uma aparente sensação de dever cumprido. Quanta vaidade, quanta ilusão...

Existe uma garantia de vitória e sucesso para nossas vidas, mas não é essa. A vitória garantida por Jesus não se refere ao nosso suposto reinado terreno, tampouco a uma vida abastada financeiramente e livre de doenças e/ou empecilhos. A garantia de vitória é a mesma onde aqueles antigos fiéis depositaram sua confiança: “Nada pode nos separar do amor de Deus, pois ainda que morramos, viveremos eternamente com Cristo”. Nisso eles confiaram até o fim, até a morte, mas a morte lhes foi passageira e ineficaz, pois estão eternamente unidos a Cristo, todos eles, os que foram fiéis e o amaram acima de tudo.

Nada pode nos separar do amor de Deus, mas nós nos afastamos dele toda vez que o trocamos por suas bênçãos. As bênçãos são para os filhos, mas os filhos são os que amam... Amam e obedecem (Jo 14:21).

Mas o que será de nós se continuarmos buscando sempre receber alguma coisa de Deus em troca de nossa fidelidade? Que amor é esse que se apaga quando nossos desejos pessoais não são atendidos? Até onde esse amor, essa transformação, essa conversão pode nos levar? E por fim, que relação desejamos ter com Deus e com sua igreja, uma relação de amor e unidade ou um contrato de troca de favores espirituais?

Como se Deus necessitasse de alguma coisa terrena...

Fonte a imagem: http://198.106.77.56/vocacional/

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2 Comentários

  1. Vc tem razão e ontem eu muito me intriguei pensando nos nossos desejos e satisfações pessoais...Assistindo o filme Pressagio com Nicolas Cage pude observar o quão insignificante são as coisas que nós cultivamos hj...Pq um dia tudo isso vai acabar e só o que nos restará é o amor de Deus (esse sim é eterno) e é só para aqueles que permanecerem fieis ate o fim, aqueles que obedecerem e praticam a palavra.O Senhor nunca nos prometeu bênçãos sem medidas....o que ele nos proporciona é uma vida eterna com ele, mais para alcançarmos essa morada celestial só precisamos amá-lo , mais amá-lo verdadeiramente a ponto de nos abstermos do que nós é satisfatório e tomarmos a nossa cruz e segui-lo sendo co participantes do sofrimento de Cristo por nós e dando graças em tudo pq o nosso galardão não é nessa terra.Então é isso todos nós temos que amar a Jesus acima de tudo e independente de termos algo em troca.
    Nós não temos quer ter algo para amar JESUS e sim amá-lo sem ter nada em troca.
    Caren O. de Araujo

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  2. Dificil é convencer os "crentes" de que Deus não é negociante...

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