Operação de milagres é reflexo de vida integra com Deus?

Por Ruy Cavalcante
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Resolvi escrever este post inspirado no texto intitulado “Se um pregador faz milagres, então ele é de Deus?” de Leonardo Gonçalves, editor do Blog Púlpito Cristão.

Para iniciar, gostaria de fazer algumas simples perguntas ao seguinte texto bíblico, para que possamos chegar a conclusões também bastante simples, e claras (!?):
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Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. (Mt 7:21-23)

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Eis as perguntas:
1 – Quem entrará no Reino dos Céus? A resposta com certeza não será “aquele que faz milagres”, mas sim aquele que faz a vontade de Deus, não de homens.
2 – Em nome de quem os milagres são feitos? Esta pergunta equivale a “pelo poder de quem?”. A resposta é o próprio orador do texto, Jesus.
3 – De que são chamados estas pessoas que profetizavam, expulsavam demônios e faziam milagres? De iníquos, ou seja, os que praticam injustiça, os perversos, malvados.

Como disse, as conclusões são claras. Não se entra no Reino dos céus com discurso piedoso, mas com obediência à vontade de Deus, isto inclui pregar o verdadeiro evangelho de Jesus, a ordem nos cultos, amar incondicionalmente, dentre outros. Por conseguinte, também podemos afirmar que quem opera tais milagres não é a pessoa em si, por méritos, mas Jesus. Por fim, o mais importante. Profetizar, expulsar demônios e operar milagres e maravilhas não significa ser um servo verdadeiro, santo e puro, antes sinaliza que Jesus tem poder para operar o que quiser, como quiser e através de quem desejar, até mesmo de pessoas que não se relacionam com Ele, que não são transformadas e ainda encontram-se afogadas em suas iniqüidades.

Vale ressaltar que o texto deixa explícito que todas essas operações são de Deus (em nome de Jesus), corroborando com o que Jesus afirmou em Mateus 12:26:

Ora, se Satanás expulsa a Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino?

Satanás não pode expulsar a si mesmo, caindo por terra qualquer tentativa de deturpar esta passagem afirmando que esses milagres foram realizados por ele.

Quanta diferença para o que vemos no dia-a-dia evangélico. Somos levados a acreditar que se alguém orar com intrepidez significa que este possui intimidade extrema com Cristo, quanto mais se profecias (lê-se profetadas) forem cuspidas irrefreadamente de sua boca. Somos capazes de pagar 30 mil reais (!?) por sua presença em nosso “evento gospel” ou a pagar 7 reais por um milagre por eles liberados “profeticamente”, tudo para estar ao lado do servo fiel, a quem Deus revela o que jamais havia sido revelado, nem mesmo em Sua Palavra (!?)...

Não me estenderei neste assunto, apesar de aparentemente o haver encerrado pela metade, mas fica a pergunta: Você acha possível considerar alguém infiel a Deus após operar tais maravilhas?
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